Parceria entre Brasil e Colômbia leva Projeto Sífilis Não para comunidades carentes

Por Valéria Credidio (ASCOM/LAIS)

Somente em 2021, a Colômbia registrou 105 novos casos de sífilis em gestantes, além de 19 casos de sífilis congênita, que é quando a mãe transmite a doença para o bebê durante a gestação ou no parto. Diante dos números, a Universidade Nacional da Colômbia (UNAL) firmou uma parceria com o Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS/UFRN) para implementar o Projeto “Sífilis Não” em comunidades colombianas.

A experiência foi relatada durante a palestra da Diretora de Investigação e Extensão da UNAL, professora Olga Ramírez, durante a 3ª. Conferência Internacional de Inovação em Saúde, na tarde do último dia 6, em Natal.
Conforme relatado pela diretora, a sífilis atinge pessoas que estão mais vulneráveis e que foram vítimas da violência por grupos armados. “Tanto as mulheres como os profissionais da saúde sofrem com a violência promovida por esses grupos. Por isso, o conhecimento é fundamental para se transformar a realidade dessas pessoas”, argumentou.

Os primeiros passos para a implementação do “Sífilis Não” foram dados, ainda no ano passado, com a visita de pesquisadores do LAIS à cidade de Quibdó, no Departamento de Chocó. Também foram realizadas diversas reuniões, havendo a troca de informações e experiências para implementação das ações efetivas. Entre os pesquisadores brasileiros que participaram da missão internacional estavam a médica infectologias Mônica Bay e o comunicador social Juciano Lacerda. Os jornalistas Bruno Cássio e Anderson de Almeida também acompanharam a comitiva, tendo em vista que um dos eixos do projeto trata especificamente de comunicação com a sociedade.

Como resultado já está em fase de implementação o Laboratório Itinerante para Inovação Tecnológica em Saúde – UFRN/UNAL, que tem como objetivos promover a inovação em saúde para incidir na qualidade de vida da população, além de tecer rede de colaboradores. “A nossa meta principal é colocar em prática as ações do projeto e trazer benefícios para as mulheres, através da diminuição do número de casos de sífilis congênita”, finalizou Olga Ramírez. Um documentário a respeito dessa cooperação técnica deverá ser produzido e lançado em breve.

Sobre o Projeto “Sífilis Não”

Lançado em 2017 o Projeto de Pesquisa Aplicada para Integração Inteligente Orientada ao Fortalecimento das Redes de Atenção para Resposta Rápida à Sífilis – também conhecido como Projeto “Sífilis Não” – é resultado de uma parceria entre Ministério da Saúde, o Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS/UFRN) e a Organização Pan Americana de Saúde (OPAS). O principal objetivo do projeto é contribuir juntamente com outras ações (federais, estaduais e municipais) no enfrentamento à infecção de sífilis no território brasileiro. Para tanto, o Projeto está estruturado em quatro eixos: vigilância, gestão e governança, cuidado integral e educomunicação.

Outro eixo fundamental do projeto “Sífilis Não” diz respeito às questões de internacionalização da pesquisa. Neste ponto, o LAIS tem feito grandes articulações internacionais com a França, Portugal, Estados Unidos e Espanha, fechando cooperações internacionais com universidades que desenvolvem pesquisas com expertises nos eixos do projeto. “Entre eles está o desenvolvimento de tecnologia, inovação, de recursos educacionais, e de comunicação. Por isso, as missões atuais com essas universidades têm este enfoque”, explicou o diretor do Laboratório.

O LAIS tem acompanhado o consenso internacional sobre a importância da cooperação técnica, científica e tecnológica para ampliar o acesso ao conhecimento e novas tecnologias em favor do fortalecimento institucional, da qualidade das políticas públicas e do progresso dos países.