“A gente quer pessoas iguais, formações iguais e uma educação absolutamente igual”, destaca Vice-Diretor do IFHT

Por Gabriel Mascena (ASCOM/LAIS)

A educação, para além de uma área de ensino e aprendizagem, é uma ferramenta de igualdade e resiliência. Sobre essa perspectiva, ocorreu a palestra “Formação em Saúde ao Longo da Vida e a Agenda 2030”, ministrada pelo Vice-Diretor do Instituto Multidisciplinar de Formação Humana com Tecnologias da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IFHT/UERJ) e pesquisador do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS), Carlos Alberto Oliveira, na última tarde de palestras da 3ª CIIS. 

Como primeiro tópico da apresentação, Carlos trouxe falhas observadas nas áreas da saúde e educação levantadas pela Agenda 2030, plano que visa a tomada de medidas transformadoras e de sustentabilidade por todo o mundo. O palestrante destacou questões como a escassez de profissionais de saúde, especialmente nas áreas rurais e remotas, o aumento na migração de profissionais qualificados e uma educação marcada por conteúdos desatualizados e a resistência a novos modelos de cuidados no ensino e aprendizagem. 

Dentre os 17 objetivos e mais de 169 metas traçadas pela Agenda, foram enfatizados, em referência à 3ª CIIS, aqueles que asseguram a saúde coletiva, o financiamento na saúde, ações efetivas e de democratização da educação, além do fortalecimento da parceria entre países. Essas ações, de acordo com o pesquisador, promovem a igualdade. “A gente quer pessoas iguais, formações iguais e uma educação absolutamente igual”, comenta. 

No tangente à covid-19, Carlos trouxe a importância da educação à distância e educação na saúde. Com o lema “Ninguém deixado para trás”, ele enfatizou a importância da atenção primária no suporte às vidas ameaçadas pela pandemia. “Tínhamos um vírus novo, nenhum conhecimento de tratamentos, não tínhamos medicamento, mas tínhamos que tentar salvar vidas. Naquele processo era fundamental que juntássemos saúde e educação de qualidade”, relembra. Com destaque para a plataforma AVASUS, responsável pela produção de conhecimento integrado e acessível através de cursos virtuais para profissionais na saúde, o pesquisador destacou que foi durante a pandemia em que os profissionais de saúde perceberam que a mediação tecnológica era o único meio para adquirir informação rápida e confiável. “Se nós não houvéssemos tido mediação tecnológica, mais pessoas teriam falecido”, afirma.

Estamos prontos?

Sobre ações para o futuro, o pesquisador destacou alguns desafios a serem alcançados. Dentre eles, foram destacados a democratização da banda larga enquanto um direito humano para o livre acesso ao conhecimento; o alinhamento dos programas educacionais para a formação de carreiras na saúde; a flexibilização dos modelos de atividades educacionais levando em conta a trajetória dos alunos; além de ações institucionais como o planejamento orientado, o trabalho com dados e evidências, a liderança e governança e a promoção de uma educação alinhada às necessidades de saúde das pessoas.